segunda-feira, 7 de maio de 2012
Choro da madrugada.
O canto de lamurias entoa na madrugada.
A paixão exacerbada se esvai pela boca.
Se espalha pelos ares e encontra a nobreza infindada.
Da pele seca e da carcaça oca.
A estepe está alagada.
E o uivo do lobo solitário por todos os cantos ecoa.
Belo nobre, que tão feio parece.
Reclama sempre do que traz o vento.
Traz consigo o que tanto lhe enriquece.
O enchendo de tanto lamento.
Sempre tramando com o que lhe aparece.
Pois nunca acaba o seu tormento.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Sementes.
Plantar uma árvore e frutificar.
Ver as folhas deitadas na grama.
Que estão à espera do que vai brotar.
A natureza ele ama.
Ter um filho, dois ou três.
Uma família a criar.
Ter uma vida de burguês.
E algumas bocas a sustentar.
Escrever um livro com uma história.
Permanecer com retidão.
Preparando a oratória.
Para as perguntas que virão.
A árvore escreve.
O livro cresce.
O filho germina e se atreve.
O humor que sobe e desce.
Ora bolas! O homem sempre deve.
É que a soberba enriquece.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Palpitando.
A emoção que bate.
É um coração que pulsa.
O peito rebate.
Toda a repulsa.
A alma que late.
Que ataca e expulsa.
O corpo chora de tanta amargura.
Esfria, congela, engasga e engole.
Muito se fala na imensa frescura.
Da água que vem de um pequeno gole.
Que dá com vontade o Deus da
Feiura.
Palpita então com reflexos mil.
Atordoa, tonteia, balança e esquenta.
Olha com raiva pro próprio covil.
Nem mais ele se agüenta.
Mudanças já!! O antigo sumiu.
Saia já dessa água barrenta!!!
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