sexta-feira, 27 de abril de 2012
Divinando.
Nos cantos do mundo os seres se
espalham.
Fundam as casas, as ruas e vilas.
Cidades nascem, crescem e definham.
E somam a si mesmos às imensas filas.
Por onde questionam e reclamam, mas também caminham.
Porque sem movimento constante nao fazem a terra girar.
Homem quando age, o fogo se acende.
Quando tudo flui na correnteza do destino o peregrino pode se guiar.
Onde tanto ensina e tanto aprende.
Com o ar, a terra e o céu o fazem dominar.
E ajudam o espirito, que assim ascende.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Paralisia.
Sulco fundo e permanente.
Desde os confins do passado antigo.
Revela aquilo que esconde na mente.
É a grande arma do inimigo.
Sofre sozinho, maluco e carente.
Garimpa sempre um bom amigo.
Estirado na cama fica o rapaz tranqüilizado.
Sente o sangue circulando.
Devidamente encapuzado.
O peito palpitando.
Um tanto quanto enraizado.
A cabeça latejando.
O talento menosprezado.
Ele queria estar voando.
Plenamente emancipado.
Mas vive a vida simulando.
Com o corpo necrozado.
terça-feira, 24 de abril de 2012
Castelos de tolo.
Dos algodões do céu o sinal de luz intensa.
Do farolete que acende uma chama.
Faz a mente achar que pensa.
E amar quem não se ama.
Mas com o medo da nuvem densa.
Logo se revela a grande trama.
Daquele que espalha a ofensa.
E atola todo mundo na lama.
Raios e trovões, chuvas e a forte tempestade.
Relâmpagos da raiva armazenada.
Dos que perderam a divindade.
E estão fadados à derrocada.
Buscam abrigo nos castelos da idade.
Onde possa a vida ser adorada.
Raiva essa que deixa saudade.
Na eterna chama transtornada.
Complexo é o castelo.
Com seus muros infinitos.
E com tudo que é mais puro e belo.
Sua história guarda os ritos.
Da antiga história de um elo.
Num passado onde viveram os mitos.
Sobe e desce a escadaria.
Puxa, empurra, roda e pula.
Busca então a hospedaria.
Guiando com calma a sua mula.
Chega então à casa de alvenaria.
De um ser de linguagem chula.
Que de sua boca só contava causo, lembrando de algo que nunca mais encontraria.
Passou assim pelo pedante.
Pisou o mais alto pedaço de nuvem, avistando assim o grande castelo forte.
Se dividia em muitos outros, mostrando uma cena acaxapante.
Temeu que chegara a hora da grande morte.
O momento da vida mais aterrorizante.
Pois sua alma se equilibra na sorte.
Da moral tranqüilizante.
Some assim mais um peregrino.
Distante da terra e de toda gente.
Pois de onde veio entoam um hino.
Que lhe deixa diferente.
Embora agora nada mais lhe sirva de consolo.
Pois os sentidos sumiram juntamente.
Com a visão do ouro de tolo.
Castelos sumiram com a força da mente.
Do antigo e saudoso Manolo.
Agora louco e demente.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Marés.
O pano que sobe lentamente nunca pede permissão.
Lentamente busca o topo
do universo infinito.
O céu aguarda a aparição.
Do malvado mostro maldito.
Que vêm ameaçar a proteção.
Daquilo sobre o qual nunca fora dito.
A água vai pra onde pode.
Encontra buracos e túneis mil.
Nunca de raiva se sacode.
E se acostuma com o barril.
Diferente dos peixes do mar.
Que sempre procuram o esconderijo.
Para sua linhagem proliferar.
Com o instinto sempre rijo.
Felicidade se vê afogada por novas camadas de pano.
Angústia se transforma à luz do dia.
Tudo vira profano.
Fica no fundo a harmonia.
Passa dia, mês e ano.
A correnteza nada leva.
A maré que se faz subir.
Cresce no solo a grossa selva.
Daquilo com o qual precisa-se incumbir.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Alma de Pescador.
A alma de um pescador.
Que busca impulso no passado para pescar o futuro.
Guarda para si os momentos de dor.
Morde com vontade o osso duro.
E vira o movimento propulsor.
Onde os velhos mestres são o porto-seguro.
Nódulos flutuantes de um universo criador.
Muito bate com a cara no muro.
Que caprichosamente lhe devolve a dor.
Mas a crença é no grande furo.
No vôo do grande condor.
E no sentimento mais puro.
De uma esperança no grande esplendor.
terça-feira, 17 de abril de 2012
O Poder da mulher
Ser mulher é uma arte.
Se apega à solidão.
Arte de viver com cada parte.
Com o tempo sofre então.
Faz de si um baluarte.
Com mistérios de montão.
Empunhando o estandarte.
E guiando o pelotão.
Sofre, sonha, cuida e ama.
Faz dos minutos infinitos.
Jogos de amor que extrapolam a cama.
Dotada é, do maior dos instintos.
Se entrega a quem ama.
Deixando os outros homens aflitos.
E esbravejando contra a dama.
Como pode ter sido só, e mesmo assim ter sido domada.
Dos tipos aquele que mais lhe compraz.
O pó mágico recorre à fada.
Que na magia do amor se satisfaz.
A cada rastejo, passo ou pedalada.
Mais perto ela está da verdadeira paz.
Um vento no caminho.
Por uma ladeira de pedras a água descia.
Por entre as lacunas da derrota fluía torto.
Percorria caminhos incertos e nunca sorria.
O céu era sempre escuro, e assim se via morto.
Mas com perseverança recuperou a energia.
Para remar mais um pouco até o porto.
A noite chegou e o frio veio.
A memória fez questão de lhe lembrar.
Dos acontecimentos mais esdrúxulos da época do materno seio.
Por onde tivera que se preparar para crescer.
E largar o freio.
Mas das pedras a cabeça também lembra, que por causa delas se pode morrer.
Por isso vem e vai num solavanco.
Que me empurra todo abaixo e me faz sofrer.
Eu tenho é medo que das idéias fique manco.
Por isso então o mundo não quero ver.
Assim desce a água morro abaixo, contornando, virando e relevando.
Pedaços, buracos e pedras do caminho.
Cantando como o vento que vai uivando.
Consertando o que estava em desalinho.
E assim seguir lutando.
Ó pequeno riachinho.
Escuridão do dia a dia.
Não há nada mais obscuro do que a
tranqüilidade do lar.
Onde a vida pode tomar formas inimagináveis.
Onde o frio fica quente e o quente fica frio, tomando conta do ar.
A morada de uma infinidade de
momentos inegáveis.
De emoções que aterrizam e outras
que querem voar.
O lar do pavão. O ninho do dragão.
Muito se cria, do profano e da magia.
Na diversidade dos problemas que vêm na contramão.
Aquilo que se produz à casa retorna, com luz e energia.
Espíritos com a força do alazão.
Que voltam a se deprimir no fim do dia.
Se enclausurando na prisão.
Com respeito à revelia.
Do mundo que lhe disse não.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Pedir Desculpas.
Do fundo do abismo negro cresce uma luz.
Da vontade de liberdade de alguns de se rebelar.
Outros que deixam, pois a música os conduz.
Até o topo da insegurança de se auto-revelar.
Desculpa, diz a culpa, quero muito lamentar.
Que uma vez tentei te amar.
Mas me orgulho de ter tentado uma vez te enamorar.
Daquele brilho nos olhos que tanto me seduz.
Do fundo do abismo negro cresce uma luz.
Da vontade de liberdade de alguns de se rebelar.
Outros que deixam, pois a música os conduz.
Até o topo da insegurança de se auto-revelar.
Desculpa, diz a culpa, quero muito lamentar.
Que uma vez tentei te amar.
Mas me orgulho de ter tentado uma vez te enamorar.
Daquele brilho nos olhos que tanto me seduz.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Casa Quadrada.
Pontes, quinas, buracos e fendas.
O homem que lá vive permite ao destino um cumprimento.
De uma amizade que se pode tecer, como uma senhorinha com suas rendas.
Mostrando beleza mas também o contentamento.
Daquilo pelo qual jamais poderá usufruir.
Pois a grande chance da vida passou veloz.
Mesmo lhe dando as ferramentas para construir.
Mostrou-se o seu algoz.
Fazendo o pequeno travesso surgir.
Se faz presente o instinto feroz.
Que a tudo quer destruir.
Casa redonda é atroz.
Casa quadrada é o mundo a ruir.
Pontes, quinas, buracos e fendas.
O homem que lá vive permite ao destino um cumprimento.
De uma amizade que se pode tecer, como uma senhorinha com suas rendas.
Mostrando beleza mas também o contentamento.
Daquilo pelo qual jamais poderá usufruir.
Pois a grande chance da vida passou veloz.
Mesmo lhe dando as ferramentas para construir.
Mostrou-se o seu algoz.
Fazendo o pequeno travesso surgir.
Se faz presente o instinto feroz.
Que a tudo quer destruir.
Casa redonda é atroz.
Casa quadrada é o mundo a ruir.
terça-feira, 3 de abril de 2012
Indagando...Parte 1.
O que faz um sujeito colocar a barba de fora?
Será que a falta de terra para morar se projeta pelas faces afora?
De onde vem o movimento popular?
O movimento popular é de todos?
Ou ele não é essencialmente do povo?
Então deveria se chamar de movimento setorial?
O fato de ser do povo pobre se torna popular?
Quem pode participar de um movimento popular?
O que é do povo não é de todos?
O movimento popular nunca é setorial. Ele é sempre global. Tudo é global. Se você acha que alguma coisa não têm a ver com você, pode parecer verdade. Mas sempre mudamos o que está a nossa volta, ou fazemos tudo continuar como está. Depende de nós.
Mas será que nunca temos responsabilidade do que acontece conosco? Mesmo sendo feito por outra pessoa?
O mundo é um grande ecossistema, e ecossistemas são o que são. Por quê? Porque são. E sempre temos responsabilidade sobre o que sabemos e pelo que podemos fazer.
Isso é a única verdade absoluta nisso tudo.
O que faz um sujeito colocar a barba de fora?
Será que a falta de terra para morar se projeta pelas faces afora?
De onde vem o movimento popular?
O movimento popular é de todos?
Ou ele não é essencialmente do povo?
Então deveria se chamar de movimento setorial?
O fato de ser do povo pobre se torna popular?
Quem pode participar de um movimento popular?
O que é do povo não é de todos?
O movimento popular nunca é setorial. Ele é sempre global. Tudo é global. Se você acha que alguma coisa não têm a ver com você, pode parecer verdade. Mas sempre mudamos o que está a nossa volta, ou fazemos tudo continuar como está. Depende de nós.
Mas será que nunca temos responsabilidade do que acontece conosco? Mesmo sendo feito por outra pessoa?
O mundo é um grande ecossistema, e ecossistemas são o que são. Por quê? Porque são. E sempre temos responsabilidade sobre o que sabemos e pelo que podemos fazer.
Isso é a única verdade absoluta nisso tudo.
Cara cheia.
Aguaceira adentro sem ressentimento.
Águas santas das belezas insípidas.
Bebo, bebo, não paro, não paro, até que à minha cabeça encoste o firmamento.
Vejo estrelas até que desapareçam da consciência as certezas mais límpidas.
Da tristeza que é o meu coração em confinamento.
Em virtude fugaz vou caminhando.
Com os passos tortos de um jumento.
De galho em galho fico pulando.
Carregando o peso do estranhamento.
De nada que eu quero, estar acontecendo.
E do mundo não ter alento.
Aguaceira adentro sem ressentimento.
Águas santas das belezas insípidas.
Bebo, bebo, não paro, não paro, até que à minha cabeça encoste o firmamento.
Vejo estrelas até que desapareçam da consciência as certezas mais límpidas.
Da tristeza que é o meu coração em confinamento.
Em virtude fugaz vou caminhando.
Com os passos tortos de um jumento.
De galho em galho fico pulando.
Carregando o peso do estranhamento.
De nada que eu quero, estar acontecendo.
E do mundo não ter alento.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Meia Lua.
Lua, com a lua que lhe falta.
Metades separadas pelas facetas da natureza.
Acompanha de cima a meninada peralta.
Que brinca com a vida com tanta esperteza.
Ilumina os caminhos dos que não sentem falta.
Pois vivem sob o véu da noite seus momentos de safadeza.
Assim, com os olhos arregalados, o corujo observa atentamente.
Momentos obscuros de pura malícia e destreza.
Dos homens decididos a entorpecer a mente.
Com tudo aquilo que vai à cama e à mesa.
Se brinca então, de infância perdida.
Sobre os ventos gelados da covardia.
A cada instante uma pedida.
No desejo de não sentir o calor da luz do dia.
Que traz consigo a ressaca prometida.
E logo depois a certeza da infindável melancolia.
Some de vez assim a lua.
E logo atrás seu nobre esbugalhado.
Que não tem uma casa pra chamar de sua.
Mas que em si consegue ficar ancorado.
Perto de si e longe da rua.
Que poderia ter-lhe dado a fama de ultrassado.
Com sua vida nua e crua.
Lua, com a lua que lhe falta.
Metades separadas pelas facetas da natureza.
Acompanha de cima a meninada peralta.
Que brinca com a vida com tanta esperteza.
Ilumina os caminhos dos que não sentem falta.
Pois vivem sob o véu da noite seus momentos de safadeza.
Assim, com os olhos arregalados, o corujo observa atentamente.
Momentos obscuros de pura malícia e destreza.
Dos homens decididos a entorpecer a mente.
Com tudo aquilo que vai à cama e à mesa.
Se brinca então, de infância perdida.
Sobre os ventos gelados da covardia.
A cada instante uma pedida.
No desejo de não sentir o calor da luz do dia.
Que traz consigo a ressaca prometida.
E logo depois a certeza da infindável melancolia.
Some de vez assim a lua.
E logo atrás seu nobre esbugalhado.
Que não tem uma casa pra chamar de sua.
Mas que em si consegue ficar ancorado.
Perto de si e longe da rua.
Que poderia ter-lhe dado a fama de ultrassado.
Com sua vida nua e crua.
Assinar:
Postagens (Atom)